sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Relatos, apenas relatos.

Era cedo da manhã, uma terça-feira qualquer, nada agravante acontecia. Apenas o meu estado emocional absolutamente abalado e absolutamente notável. A porta do meu quarto foi aberta pelas mãos de alguém que certamente queria me ajudar e entendia a minha agonia daquele momento. Mal sabia que dali umas horas, eu estaria presa em um "palacete religioso", por assim dizer. Afinal, eu não entendia e ainda continuo sem entender dessas proesas religiosas.
Frases feitas eram jogadas na minha direção no intuito de me darem um pouco mais de alegria e prazer de viver. Aquelas foram as duas horas mais intermináveis de todos os tempos.
Cheguei, olhei e me assustei. Sentei e respirei tão fundo que senti que apagaria de sono a qualquer instante, deveria ser por volta das 9:50 da manhã. Começei a tentar compreender o real motivo de todas aquelas pessoas, o motivo que fez com todas elas aparecessem ali, a espera de um resgate do fundo do poço. Me senti pequena demais diante daquela imensidão de tristezas e lamentações. Alegre e contente por levar a vida do jeito que levo, quando me comparei com uma determinada jovem que sentou ao meu lado. Mas peraí, me dei conta e pensei: o que estou realmente fazendo aqui? Qual é o MEU motivo? Reticências.
Vários homens vestidos de branco, que mais parecia um traje para oferendas à Imanjá, se aproximaram daquela platéia ansiosa. Microfones, vários deles. Teclado, caixas de som espalhadas, palmas calorosas e finalmente O grandioso apareceu no palco. Tudo seguindo uma grandiosa e sistemática produção, em prol do majestoso que conduziria aquela manhã.
E de repente, PÁ! (qualquer som que simbolize um susto). Lá estava O grande, gritando no microfone que tiraria todos os espíritos ruins naquele momento. Ele iria desfazer todas as supostas macumbas feitas para as pessoas que estavam ali. SENHOR, então é isso? Se nada acontece por a caso, como sempre justifiquei como explicação para as coisas surreais da vida, o acaso tinha me levado ali, para isto? Aos berros, nos era passada a informação que ser por ventura, alguém começasse a sentir arrepios e sensações estranhas, era sinal de que o espírito sairia a qualquer momento. Nossa, de uma hora para outra, eu simplesmente não conseguia mais enxergar um risco, não encontrava nenhuma porta para sair daquele filme de terror da meia-noite. Não! Não quero ninguém prestando atenção em mim, ou de como reagirei com essa confusão toda. Minhas sensações e tremiliques começaram por conta de toda essa loucura e eu não sabia mais o que pensar ao meu respeito. Só queria o colo da minha mãe. Senti saudades de quando era uma criança, quando chorar era bonitinho e meigo.
Fechei os olhos e permaneci com eles fechados o tempo inteiro e só os abri na hora que o massacre terminou.
Levantei e senti minhas pernas tremendo, elas dançavam a dança do terror e pânico, coitadas. As luzes se acenderam e nada havia mudado em mim ainda, não conseguia respirar tranquilamente como O grande havia pedindo para fazer. TRANQUILAMENTE? Você nos quer tranquilos? Faz-me rir.
Ainda me sentia como uma criança desolada e só queria um copo com água e açucar.
O tal pensamento "eu nunca deveria ter levantado da minha cama", me aterrorizava tanto quanto o espetáculo de horror que havia presenciado.
Agora me perguntem, se estou me sentindo triste e com aquele tal vazio sem explicações ainda?
Que isso, queridos, vazio é para os fracos. Pelo menos me serviu como mais uma história para contar, um causo com começo, meio e sem um fim decente.
Essa tal Universal, quase me matou de susto.
E eu só queria algumas cinco palavrinhas amigas e um aperto de mão, no máximo um abraço e mais nada além.


Relatos, apenas relatos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Poxa, vejam meus braços abertos novamente.


Quase me esqueço de atualizar sobre meus braços abertos versão Cabo Frio 2oo9. Ah, adorei passar uma temporada usando apenas short e havaianas. Comendo queijo na praia e me melecando de sundown. Férias, ahh férias!
Aproveitando a deixa, meus braços abertos simbolizam uma felicidade que posso compartilhar com muitas pessoas: http://www.lastfm.com.br/event/848209
Já mandei trazer o meu. =)
Chêro, cherim.

Ah, se eu soubesse.

Tantos textos, encartes e cartões postais elogiando essa cidade. Qual? Uma dica, a maravilhosa. Mas quem disse que eu concordo? Alguém mandou me perguntar, ou sequer já pararam e fizeram uma pesquisa recente, sobre como esse tal lugar mudou total de aparência? Bom, existem lá suas qualidades, seus bares aconchegantes, jovens desnudos com corpos bronzeados, que andam pra lá e pra cá lançando moda com as havaianas novas. Tudo bem. Há também os casais de velinhos imensamente apaixonados, caminhando pelo calçadão junto com aquele puddle de laçinhos. O desesperador pra mim, é que o fato de estar lá, consequentemente você estará rodeada de casinhas, morros com mais casinhas e tiros que saem de uma casinha que fica num morro e vai diretamente pra outra casinha do outro morro de lá. Não é aceitável, é tolerável. Causa pânico e o esquema mesmo, é simplesmente esquecer o que está ao seu redor. Venha meu bem, venha ver o mar,olhe para o mar. Nossa, como ele era azul, não é mesmo? Era. O Rio de Janeiro não te passa um enstusiasmo de um futuro melhor, afinal, pra quê mudar? E se pensar que ela só é mais uma entre tantas cidades aonde ocorre o mesmo. Eu sei do que não gosto de lá...e ai! Ai! Se eu soubesse disso tudo quando era apenas uma criança e adorava prestar atenção naquela paisagem do aeroporto até Copacabana, Hotel Mar Palace. Se o Rio fosse basicamente essa bolha,né? Fato é que cresci e nada daquelas lembranças me parecem confortantes hoje em dia.
Outra coisa que sei, de verdade, é que preciso, quero, necessito da minha mãe ao meu lado. E adivinha para onde ela foi transferida?
Preciso explicar mais nada. Bola de neve sentimental.
Um chêro.